Eletrofisiologia

A eletrofisiologia ocular é uma ferramenta essencial para avaliar a função da retina e do nervo óptico, registrando as respostas elétricas geradas por estímulos visuais. Realizamos diversos exames que permitem uma análise funcional detalhada das estruturas oculares, identificando alterações muitas vezes não detectáveis por exames estruturais.

Exames Realizados e Suas Importâncias

1. Eletrorretinograma Multifocal (mfERG):

Importância: Mede a função de múltiplas pequenas áreas na mácula, permitindo a identificação precisa de regiões comprometidas, avaliando os cones maculares.

Indicações

Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): Avalia a função retiniana central comprometida.

Retinopatias Tóxicas: Monitoramento de toxicidade por medicamentos como cloroquina ou hidroxicloroquina.

Doença de Stargardt: Diagnóstico clínico e acompanhamento da distrofia macular hereditária.
 

2. Eletrorretinograma de Campo Total (Full-Field ERG):

Importância: Avalia a função global da retina, incluindo a resposta dos bastonetes e cones, sendo fundamental para diagnosticar doenças retinianas difusas.

Indicações

Retinose Pigmentar: Diagnóstico e monitoramento da degeneração progressiva da retina.

Distrofias de Cones e Bastonetes: Avaliação desse e de outros distúrbios hereditários que afetam os fotorreceptores.

Retinopatias Associadas a Uveítes: Determinação do impacto inflamatório na função retiniana.
 

3. Eletrorretinograma por Padrões (PERG):

Importância: Avalia, dentre outras, a função das células ganglionares da retina, sendo especialmente útil no diagnóstico precoce de glaucoma e doenças do nervo óptico.

Indicações

Glaucoma Precoce: Detecção de disfunção das células ganglionares antes de alterações estruturais evidentes.
Neuropatias Ópticas: Avaliação de danos no nervo óptico de diversas etiologias.
Maculopatias: Análise de comprometimento funcional na região macular.
 

4. Potencial Visual Evocado por Padrões (PVE-P):

Importância: Mede a resposta do córtex visual a estímulos de padrões, sendo útil na avaliação da via óptica desde a retina até o córtex visual.

Indicações

Neurite Óptica: Detecção de alterações do nervo óptico/via óptica na presença de função retiniana normal.

Esclerose Múltipla: Identificação de comprometimento das vias visuais.

Ambliopia: Avaliação da resposta cortical em casos de "olho preguiçoso".


5. Potencial Visual Evocado por Flash (PVE-F):

Importância: Utilizado para avaliar a função visual em pacientes incapazes de cooperar com estímulos complexos, como crianças pequenas ou indivíduos com opacidades de meios.

Indicações

Opacidades de Meios (e.g., catarata densa): Avaliação da integridade da via visual apesar da opacidade.

Lesões Retroquiasmáticas: Detecção de anormalidades na via visual posterior ao quiasma óptico.

Avaliação de Função Visual em Pacientes Não Cooperativos: Determinação objetiva da função visual.
 

6. Potencial Visual Evocado por Varredura (PVE-Sweep):

Importância: Mede a acuidade visual objetiva ao variar a frequência espacial dos estímulos, sendo útil em populações que não conseguem realizar testes subjetivos.

Indicações

Avaliação de Acuidade Visual em Crianças Pequenas: Determinação objetiva da acuidade visual.

Pacientes com Deficiência de Comunicação: Medição da função visual sem necessidade de respostas subjetivas.

Monitoramento de Doenças Progressivas: Acompanhamento de alterações na acuidade visual ao longo do tempo.

7 - Eletro-oculograma (EOG):

Importância: Avalia a função do epitélio pigmentar da retina e da interface retino-coroide, medindo variações de potencial elétrico durante movimentos oculares.

Indicações

Doença de Best: Diagnóstico e monitoramento desta distrofia macular específica.

Disfunções do Epitélio Pigmentar: Detecção em doenças como retinopatia do tipo padrão.


Indicações Gerais da Eletrofisiologia Ocular


Degenerações Retinianas: Diagnóstico e monitoramento de condições hereditárias, como retinose pigmentar, distrofias de cones e bastonetes, dentro outras.

Retinopatias Tóxicas: Monitoramento de toxicidade retiniana devido a agentes como cloroquina e tamoxifeno.

Neuropatias Ópticas: Avaliação de doenças que afetam o nervo óptico, incluindo atrofia e neurite óptica.

Doenças Neurológicas Afetando a Via Visual: Detecção de condições como esclerose múltipla, paralisia cerebral e tumores que impactam a via visual.

Glaucoma: 

A eletrofisiologia ocular, especialmente o PERG, é essencial para a detecção precoce da disfunção das células ganglionares antes de alterações estruturais significativas serem detectadas por OCT ou outros exames.

Aplicação: Auxílio no diagnóstico diferencial em casos específicos, monitoramento da progressão da doença e avaliação de resposta ao tratamento.


Doenças Inflamatórias:

 Uveítes e coroidites podem causar inflamações que afetam a função retiniana e do nervo óptico.

Aplicação: A eletrofisiologia avalia o grau de comprometimento funcional causado pela inflamação.


Retinopatia Diabética:

Doença que compromete a função vascular e neurossensorial da retina.

Aplicação: O ERG avalia a função da retina antes de alterações estruturais significativas, sendo útil no acompanhamento de pacientes com retinopatia precoce ou avançada.


Avaliação Pós-trauma Ocular:

Lesões traumáticas podem afetar a função do nervo óptico e da retina.

Aplicação: Identificação de danos funcionais, mesmo na ausência de alterações anatômicas evidentes.


Avaliação de Baixa Visão em Crianças ou Indivíduos com Dificuldade de Comunicação:

Exames como PVE-F e PVE-Sweep permitem avaliar a acuidade visual e a função cortical de maneira objetiva.

Aplicação: Diagnóstico de condições como ambliopia, deficiências visuais congênitas e doenças neurológicas.

Importância da Eletrofisiologia

A eletrofisiologia ocular é uma ferramenta indispensável para a avaliação funcional da retina e do nervo óptico, complementando exames estruturais, como OCT e angiografia, para um diagnóstico mais preciso e abrangente. Com a tecnologia avançada do equipamento Veris, é possível detectar alterações em estágios iniciais, monitorar a progressão de doenças e orientar intervenções terapêuticas.

Este conjunto de exames oferece informações essenciais para o manejo de condições oftalmológicas e neurológicas complexas, promovendo melhores desfechos clínicos e uma abordagem personalizada para cada paciente.